📉 Alerta no Mercado Lácteo: Oferta em alta pode derrubar os preços em agosto

rgmilk
28 de jul.
4 min de leitura

🧀 Muçarela – Oferta crescente pressiona mercado que tenta segurar margens

O mercado da muçarela seguiu com preços em estabilidade aparente, mas o relatório desta semana sinaliza com clareza que a captação de leite no Sul segue crescendo, elevando o risco de acúmulo de estoques nas próximas semanas.

Apesar da leve melhora no volume de vendas na semana anterior, a indústria enfrenta dificuldade para manter os preços diante de uma demanda ainda moderada e uma oferta que não para de subir. A tentativa de segurar preços nos atuais patamares é uma medida defensiva, mas pode não se sustentar com a entrada de agosto.

Outro ponto relevante é a situação no Mercosul: os preços seguem em leve queda, e mesmo que o dólar tenha subido recentemente, o produto externo ainda pressiona indiretamente o mercado nacional, pois limita a margem das indústrias exportadoras e acirra a competição com o produto interno em grandes redes.

🔍 Análise de mercado:

A estabilidade atual se deve à gestão de estoques pelas indústrias, mas o desequilíbrio entre oferta e demanda já aparece.
O aumento da produção no Sul gera pressão estrutural, e o mercado pode não resistir a isso no início de agosto.
A capacidade de pagamento ao produtor segue sem espaço para alta — qualquer nova pressão deve reduzir esse valor.

📌 O que pode acontecer:

Se as vendas não ganharem tração, há risco real de queda nas cotações em agosto.
A muçarela pode voltar a níveis de R$ 24,00 a R$ 24,50 nas próximas 2 semanas, caso o giro não aumente e o varejo não reaja.

🥄 Leite em Pó – Pressão total no integral, estabilidade sem força no desnatado

O leite em pó integral segue em trajetória clara de queda. De acordo com o relatório, mais uma semana foi marcada por recuos nos preços, reflexo de uma oferta elevada de leite nas fabricas e da baixa movimentação dos compradores, que continuam operando com estoques ajustados e aguardando oportunidades de queda para fechar novos volumes.

O canal de food service, panificação e outros setores que consomem leite em pó segue com baixa liquidez, o que impede qualquer tentativa de recuperação nos preços. A expectativa das indústrias é de que o volume de negócios aumente somente após o fechamento do mês, com entrada de agosto e novos pedidos.

Já o leite em pó desnatado mantém estabilidade — o preço ficou travado nesta semana. Isso acontece por dois fatores:

A produção está ajustada;
A liquidez é baixa, mas os estoques ainda não causam pressão direta.

Porém, o relatório indica que a continuidade do avanço da produção no Sul pode romper esse equilíbrio, levando a uma possível queda nos preços do desnatado também.

🔍 Análise de mercado:

O leite em pó integral está sendo pressionado por um tripé clássico: alta oferta, baixa demanda e concorrência externa.
O desnatado está apenas adiando um ajuste que parece inevitável, a menos que os compradores do canal industrial retomem os volumes.

📌 O que pode acontecer:

Integral: queda deve continuar até a primeira quinzena de agosto, com margens cada vez mais comprimidas. Se o dólar se manter estável, pode haver suporte a partir da segunda metade do mês.
Desnatado: tende a lateralizar por mais uma ou duas semanas, mas a virada de tendência para baixo é provável se o volume captado continuar crescendo.

🥛 Leite UHT – Equilíbrio instável mantido com controle de estoques

O leite UHT segue sendo o produto mais estável entre os derivados, com preços mantidos por mais uma semana. De acordo com o relatório, a estabilidade é sustentada por uma estratégia clara da indústria de controle de estoques e produção ajustada, o que vem funcionando para evitar pressão de baixa.

O consumo, por outro lado, não apresenta sinais de melhora, o que gera uma situação delicada: qualquer avanço na captação de leite, especialmente no Sul, pode romper o equilíbrio atual.

Outro ponto importante é o mercado spot, que está estável em quase todo o país, mas ainda com preços firmes. Isso significa que a oferta ainda não chegou a um ponto de ruptura, mas estamos próximos disso, principalmente com a entrada da safra mais forte em agosto.

🔍 Análise de mercado:

O UHT está num ponto de inflexão: se o volume de leite continuar subindo e o consumo não reagir, o preço vai ceder.
A capacidade de pagamento ao produtor está abaixo de junho, o que confirma a pressão por margem nas indústrias.
A estabilidade só se mantém por causa do controle interno — não há força de mercado sustentando esse patamar.

📌 O que pode acontecer:

Se a captação seguir em alta na primeira semana de agosto, o mercado UHT deve iniciar movimento de queda entre R$ 0,10 e R$ 0,20/litro.
A indústria deve manter a estratégia defensiva até onde for possível, mas pode ser forçada a recuar nos preços para evitar formação de estoques.

VISÃO GERAL ESTRATÉGICA – FINAL DE JULHO

Produto	Situação Atual	Risco Imediato	Projeção para Agosto
Muçarela	Estável, porém frágil	Alta produção → risco de queda	Redução de preços se o giro não subir
Leite em Pó Integral	Pressionado, em queda	Demanda fraca e estoques cheios	Segue em baixa até meados de agosto
Leite em Pó Desnatado	Estável sem força de alta	Produção crescente	Deve iniciar recuo em 1-2 semanas
Leite UHT	Estável, sustentado por gestão interna	Captação em alta	Tendência de queda leve até R$ 4,20

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