📉 Leite em maio: preços em queda, pressão nas indústrias e sinais de mudança no mercado
- rgmilk
- 2 de jun.
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🧀 Análise Técnica – Muçarela
O mercado de muçarela na quarta semana de maio de 2025 manteve-se estável, com poucas alterações nos preços. O consumo interno está regularizado, e a produção de leite a campo ainda não apresentou a queda tradicional para esse período, especialmente no Sul do Brasil, que já inicia a safra regional. No Centro-Oeste, o cenário é de entre safra, com redução de oferta. Já o Nordeste mostra crescimento na produção, sinalizando certa heterogeneidade na dinâmica de fornecimento nacional.
No Mercosul, a demanda segue travada por parte dos importadores brasileiros, e os preços apresentaram leve recuo, com o dólar estabilizado, o que favorece o volume de importação e aumenta a pressão competitiva sobre a muçarela nacional.
No cenário internacional, há estabilidade com pequenas oscilações entre altas e recuos pontuais, sustentadas por um equilíbrio entre oferta e demanda.
🔍 Interpretação técnica:
O mercado da muçarela opera sob pressão de custo e competitividade externa.
A produção firme no Sul e Nordeste segura a oferta nacional e impede altas, enquanto o câmbio estável e o preço mais acessível da muçarela importada reforçam o cenário de baixa ou manutenção de preços.
A ausência de um pico de consumo ou restrição significativa na oferta leva à neutralidade de mercado, porém com viés de desvalorização no curto prazo.
O contexto atual também acende alerta para margens reduzidas nas indústrias, fato confirmado pela queda na capacidade de pagamento ao produtor.
🥄 Análise Técnica – Leite em Pó (Integral e Desnatado)
O mercado de leite em pó integral no Brasil segue estável na quarta semana de maio. Os principais fornecedores — Argentina e Uruguai — mantêm seus preços, mas vendedores brasileiros precisaram ceder em suas ofertas para concretizar vendas. A vantagem está no fato de que o produto nacional se mostra mais competitivo que o importado, abrindo espaço para ganhos comerciais das indústrias locais.
Quanto ao leite em pó desnatado, o cenário é mais crítico: falta de produto no mercado interno tem sustentado altas semanais nos preços, embora o relatório já aponte sinais de estabilização e possível correção futura. No Mercosul, a expectativa é de quedas nos preços a partir de junho/julho. No mercado internacional, prevalece a estabilidade com oscilações marginais.
🔍 Interpretação técnica:
O leite em pó integral está em uma zona de transição: há equilíbrio de preços, mas pressão de venda por parte dos brasileiros, o que indica que estoques podem estar se acumulando.
A competitividade do nacional frente ao importado é um ponto de vantagem para o Brasil, embora o poder de barganha esteja mais nas mãos dos compradores.
O desnatado, por outro lado, vive um momento de escassez e valorização. Isso se alinha com a típica menor produção de desnatado em períodos de baixa captação e com o uso intensivo do leite para outros fins (ex: UHT e queijos).
A sinalização de queda futura para o Mercosul pode reverter a tendência de alta, mas no curto prazo o mercado permanece firme.
A capacidade de pagamento ao produtor com base no pó integral caiu, reforçando o efeito de compressão de margem industrial.
🥛 Análise Técnica – Leite UHT
O UHT apresentou estabilidade nos preços na última semana de maio, após um leve recuo registrado anteriormente. Esse movimento reflete a queda do leite spot registrada na primeira semana do mês, mas logo o mercado buscou manter preços.
Para o mês de junho, espera-se um aumento no volume de leite no Sul, que deve provocar maior disponibilidade de matéria-prima e, consequentemente, abrir margem para novas quedas nos preços do UHT.
🔍 Interpretação técnica:
O mercado do UHT está funcionando como um termômetro da captação e liquidez da indústria.
A queda no spot afetou o UHT diretamente, mas o mercado rapidamente buscou estabilidade, mostrando que ainda há demanda absorvendo os volumes disponíveis.
A projeção de aumento da oferta em junho é um sinal de alerta para pressão de baixa, principalmente se o consumo não crescer proporcionalmente.
📌 Conclusão Técnica Geral:
O mercado lácteo brasileiro, ao final de maio de 2025, opera com viés de manutenção a baixa nos preços, especialmente puxado pela muçarela e o leite UHT, que sentem o impacto da safra no Sul e do câmbio favorável às importações.
O leite em pó se mostra mais resistente, com o desnatado ainda valorizado pela escassez e o integral estável, porém pressionado pela necessidade de giro nas indústrias.
A capacidade de pagamento ao produtor caiu em todos os derivados analisados, apontando para um estreitamento das margens industriais, algo que pode gerar ajustes de captação e estratégia de mix de produtos nos próximos meses.
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